Na última
sexta-feira (16), o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou o cancelamento
do acordo firmando, em dezembro de 2014, pelo presidente de Cuba, Raúl Castro,
e pelo ex-presidente estadunidense, Barack Obama. Com um discurso típico da guerra
fria, o atual mandatário estadunidense ainda reafirmou seu apoio pessoal ao
bloqueio contra Cuba, política adotada desde década de 60 e que não foi
alterada por Obama. Cuba reagiu às medidas de Trump dizendo que qualquer
estratégia voltada para mudar o sistema político, econômico e social de Cuba
estará condenada ao fracasso.
O movimento
brasileiro de solidariedade a Cuba, que estava reunido em Belo Horizonte,
aproveitou a oportunidade e lançou uma Moção de repúdio contra a nova política
dos EUA em relação a Cuba.
Leia o
documento na íntegra:
Moção de
repúdio contra às medidas de Trump contra Cuba
Senhor
Presidente Donald Trump,
Os delegados da
23ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba, reunidos na cidade de Belo
Horizonte, estado de Minas Gerais/Brasil, formada por centenas de militantes da
Solidariedade, de 17 Estados mais o Distrito Federal , vêm repudiar a explícita
hipocrisia da decisão unilateral de vossa excelência,em romper o acordo
histórico de aproximação entre Cuba e os Estados Unidos, firmado na
administração do ex-presidente Barack Obama, que desconsidera ainda, a decisão
soberana de 82% dos cidadãos estadunidenses favoráveis ao fim do criminoso
bloqueio econômico, financeiro e comercial que traz perdas irreparáveis ao
governo e ao povo cubano, que ao longo deste 55 anos já causou perdas de mais
de 125 mil 873 milhões de dólares a Ilha, que obrigatoriamente deverão ser
ressarcidas. Para nós, estas medidas tentam retirar de Cuba seu exemplo de
resistência e luta para avançar nas conquistas de uma política de bem estar
social e de solidariedade com o mundo, intervindo ainda no direito soberano de
outros países em fortalecer sua integração política, econômica e social com
Cuba.
Presidente
Trump, a proposta de um novo acordo unilateral sem considerar a vontade
soberana do povo cubano, um povo livre e altivo, que lutou bravamente para ser
dono do seu destino, demonstra que o seu governo veio com a intenção de
destruir o esforço mútuo entre duas nações em estabelecer uma relação de paz.
Ainda, o senhor ignora a última votação histórica na 71ª Assembleia Geral da
ONU em 2016, onde 191 países, dos 193 membros da ONU, se posicionaram contra o
bloqueio a Cuba, com a abstenção de seu pais e de Israel.
Outro aspecto
desta pretensiosa e agressiva medida de intervir na decisão soberana dos povos
e de Cuba, e dos países da nossa América, foi em anunciar tal medida em um
estado reconhecidamente como covil de financiamento, planejamento ofensivo e de
abrigo a terroristas contra Cuba e outras nações, como a nossa querida irmão
Venezuela. Ainda, ignorando a base naval e centro de tortura de Guantánamo,
ferindo os direitos humanos e desrespeitando o direito internacional.
Por fim,
reiteramos nosso incondicional apoio a Cuba e valoroso, corajoso e destemido
povo cubano, e estamos dispostos a intensificar a nossa solidariedade e
fortalecer a nossa luta, mais irmanada aos amigos incondicionais da luta
cubana, a denunciar ao mundo e empreender esforços para o enfrentamento desta
política imperialista, inimiga da humanidade, que descaracteriza a democracia,
desrespeita o direito internacional, para invadir países, provocar guerras,
assassinar inocentes, para usurpar da riqueza dos povos.
Belo Horizonte,
17 de junho de 2017.